quarta-feira, 1 de setembro de 2010

As Queimadas!



Nesses últimos meses de junho até agosto tenho presenciado algo impressionante aqui na região de Rio Preto, uma nuvem negra no ar, pairando sobre a cidade e quando você olha pra cima consegue visualizar nitidamente as fuligens caindo sobre sua cabeça como se fosse neve, neve negra...
E as casas? Quando passo em frente e olho para os quintais forrados de uma película negra também, deixando tudo muito sujo. Isso acontece devido às queimadas na região e eu fico me perguntando como pode? Quem autoriza essa catástrofe?
Pra mim, na minha humilde concepção de ver e entender as coisas acho isso no mínimo preocupante, pois além da baixa umidade do ar, há muita fumaça o que potencializa ainda mais os riscos de doenças respiratórias. Além disso, elas atingem os mais diversos sistemas ecológicos e tipos de agricultura, gerando impactos ambientais em escala local e regional.
Pensando nisso, resolvi pesquisar a respeito, saber qual o órgão responsável que autoriza e fiscaliza essa prática nessa região de Ribeirão Preto a Rio Preto, onde há muitas plantações de cana de açúcar para abastecer as usinas da região, e descobri que é a Cetesb que dá autorização para a queima de 110.879 hectares de cana-de-açúcar na região. O número é equivalente à queima de 2.535 estádios como o Maracanã (8.250 m2) por dia.
A área equivale ainda a 16% do total previsto para ser queimado em toda a safra, que vai até dezembro. Os canaviais abrangidos são os das regiões administrativas de Barretos, Franca, Ribeirão Preto e Central (que inclui São Carlos e Araraquara).
Segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, as solicitações foram autorizadas de acordo com o Protocolo Agroambiental, assinado em 2007 pelas principais usinas e pelo Estado de São Paulo.
Justamente por causa da baixa umidade do ar, um decreto prevê que, no período de 1º de junho a 30 de novembro, fica proibida a queima da palha de cana no horário entre as 6h e as 20h.
No entanto, a limitação de horário não é eficiente e a população está exposta à poluição da queima, que pode causar diversas doenças, pesquisas realizadas mostram que a queima da cana e de pastagens aumenta a concentração de partículas no ar, como a poeira.
A estiagem pode agravar o problema, já que o tempo seco faz com que as partículas de poluição permaneçam por mais tempo no ar. Diante de todo esse caos, acredito que é necessária uma fiscalização mais rígida e intensa, pois a situação está crítica e o ar irrespirável.